Em japonês, Shibumi significa - A essência da Beleza. |
O Pincel Afiado - Made in Japão - fevereiro de 2008
SHODO
Neste ensaio fotográfico da revista Made in Japan para a sessão, Japão no Brasil cuja pauta foi "O Pincel Afiado" , nela foi apresentada a versão feminina do duplo Caminho Tradicional do Guerreiro Samurai, A Espada e o Pincel.
Nos anos dourados eu era pintora e retratista, minha escola de formação era o impressionismo, embora tivesse forte tendência a pintura clássica. Mais à frente, quando conheci o caminho dos pintores europeus, o choque foi tão intenso que eu rompi com tudo e saí em busca do desconhecido, o que eu não sabia era que, esse caminho, era como o é ainda hoje, o caminho do guerreiro samurai ao qual denominam de I Ai Do - A Arte de enfrentar o desconhecido através de uma espada samurai - do inicio de minha jornada até o meu encontro místico com a espada japonesa se passaram nove anos.
Nós guerreiros que nascemos neste caminho, o caminho duplo do guerreiro, sabemos que o encontro o mestre e o discípulo e o homem, no meu caso, mulher , e a espada é inevitável, tudo conspira a favor "deste" encontro imprescindível como uma correnteza que nós leva, queiramos ou não, ao nosso destino que na maioria das vezes e principalmente no universo feminino, nem imaginamos e no meu caso em particular, não querendo.
Mas..., como a vontade do guerreiro é única, relutando ou não, acabamos por entender que nossa vida é a espada e a espada é a nossa vida e para que ela possa ser "afiada" a cada dia se faz necessário trilhar o caminho duplo, ambos com a mesma dedicação.
Três anos antes de encontrar meu Mestre de I Ai Do eu já havia retomado a arte do pincel motivada e sensivelmente inspirada por meu Mestre de Espada Tai Ji, ele, com sua amorosidade e paciência havia me resgatado para o caminho da arte do pincel me mostrando a importância das obras para o coração das pessoas que as contemplam,que nascem nesse mundo através dela, a arte, e sem a qual não existiriam.
Três anos antes de encontrar meu Mestre de I Ai Do eu já havia retomado a arte do pincel motivada e sensivelmente inspirada por meu Mestre de Espada Tai Ji, ele, com sua amorosidade e paciência havia me resgatado para o caminho da arte do pincel me mostrando a importância das obras para o coração das pessoas que as contemplam,que nascem nesse mundo através dela, a arte, e sem a qual não existiriam.
A ´partir desse dia, depois de cinco anos de total abandono dos pinceis iniciei uma nova expressão de arte em minha vida, não mais como uma impressionista e sim como uma via de auto-realização para a Paz interior ao qual os mestres japoneses denominam de SHO DO.
Desde então e até hoje, para aprimorar minha arte no caminho duplo do guerreiro quer seja ele na versão chinesa ou japonesa, me dedico ao Shodo e ao Sumiê, cultivando-os em harmonia.
Hoje eu sei que ambos os caminhos, o do ShoDo e o do Sumiê são únicos. A versão yin, feminina e suave da espada.
Shodo (Arte Caligráfica)
I Chuan
A Arte da Mente - I - que Cria
Shodo é a arte caligráfica japonesa, escrita com sumi (tinta preta) e um pincel, surgida há mais de 3 mil anos. “Sho” significa caligrafia e “do”, caminho. O calígrafo consegue expressar nos traços um sentimento muito particular. Por isso, como uma obra de arte, cada shodo é diferente e único, mesmo que seja escrito o mesmo kanji (ideograma). A tonalidade da tinta, a pressão do pincel sobre o papel, a velocidade da escrita e os espaços entre cada pincelada variam de calígrafo para calígrafo.
A arte do shodo necessita apenas de um pincel apropriado (feito com cerdas de crina de cavalo ou pêlos de carneiro, coelho e rena), tinta e papel artesanal (washi), feito com palha de arroz ou fibra de bambu ou de banana. O washi possui textura apropriada para produzir borrões, que resultam em efeitos bastante apreciados. O shodo não é um exercício de “boa caligrafia”, mas a combinação da habilidade, estilo e imaginação do calígrafo e que exige anos de estudo e prática.
A qualidade da obra é avaliada, entre outras, pelo equilíbrio natural dos caracteres, sua composição como um todo, a variação entre os traços grosso e fino, a quantidade de tinta no papel e o ritmo com que foi escrito.
O shodo chegou ao Japão através do budismo, pois as escrituras compiladas pelos monges eram em caracteres chineses. Hoje, a arte é praticada por milhões de pessoas em todo o mundo. As escolas japonesas mantêm o shodo no currículo escolar, e os concursos promovidos anualmente incentivam ainda mais a prática da escrita.
Existem seis estilos diferentes na caligrafia japonesa: kaisho, no qual os kanjis têm formas quadradas e traços mais estáticos; gyosho e sosho, com formas cursivas e traços mais seqüenciais; tensho e reisho, que são as formas mais primitivas de escrita, usados no hanko (espécie de carimbo-assinatura batido em tinta vermelha) e encomendados aos artistas de shodo.
As obras ao fundo são minhas, uma fusão perfeita entre os dois mundos, ocidental e oriental, o impressionismo e o sumiê.
Sumiê - a arte em preto-e-branco
A técnica de pintura que retrata a forma e a essência dos objetos
O artista deve se concentrar no manejo do pincel. As pinceladas usadas na pintura sumiê são executadas com grande controle e energia. Esse trabalho requer muita atenção, pois a tinta não pode ser removida do papel nem alterada. O papel, fabricado manualmente, é geralmente feito do arroz, mas também pode vir da polpa do bambu. O papel mais comum é o xuan, de superfície branca, leve e absorvente. Utiliza-se também o papel de alumínio e cola, que possui uma superfície menos absorvente, sendo adequado para trabalhos com linhas finas. Como se vê, cada passo do sumiê é um processo a ser assimilado no melhor estilo zen: exercitando a paciência, a humildade e a simplicidade, sempre em busca do aperfeiçoamento.
Sumiê
Energia, força e segurança dos movimentos são alguns dos elementos mais importantes do sumiê. O artista deve usar a tinta livremente, tendo o controle perfeito de cada pincelada
Confeccionados de cabo de bambu nos mais variados tamanhos e modelos, os pincéis do sumiê têm basicamente três categorias: o grosso, para o desenho, o suave, para colorir, e um misto de ambos. Eles são caprichosamente entalhados, e os pêlos do pincel podem ser de texugo e até de crina de cavalo
Hoje eu pinto a arte viva Feng Shui. O meu espirito à criação de minhas obras inspiraram a matéria "Três Artístas Três destinos".
Todas as minhas obrass são inicíadas no horário Tattiwico da Arte.
A história de três mulheres que mudaram seus destinos através de suas artes.